ATA
DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-8-2002.
Aos
treze dias do mês de agosto de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze
horas e quinze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter, nos
termos do Projeto de Resolução nº 046/02 (Processo nº 0454/02), de autoria do
Vereador Beto Moesch. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do
Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Zildo de Marchi,
Vice-Presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio
Grande do Sul - FECOMÉRCIO; o Senhor Zélio Hocsmann, Vice-Presidente da
Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; a
Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter, Homenageada; o Senhor Jorge Gerdau
Johannpeter, esposo da Homenageada; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário
da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após,
concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Beto
Moesch, em nome das Bancadas do PPB, PC do B, PL e PSL, expôs os motivos que
levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem, discorrendo sobre o
trabalho da Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter à frente da entidade
Parceiros Voluntários. Ainda, destacou o espírito idealizador da Homenageada e
a abrangência dos serviços prestados por essa entidade. Em continuidade, o
Senhor Presidente registrou a presença da Deputada Federal Yeda Crusius,
convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos e, após, foi dada
continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Adeli Sell,
em nome da Bancada do PT, saudou a Homenageada e parabenizou o Vereador Beto
Moesch pela iniciativa da presente solenidade. Também, salientou o trabalho da
Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter na direção da Organização
Não-Governamental Parceiros Voluntários, asseverando que a atuação dessa entidade
contribui para a busca de igualdade social. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome
da Bancada do PDT, parabenizou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa da
homenagem à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter e historiou fatos relativos
à criação da Organização Não-Governamental Parceiros Voluntários. Ainda,
destacou o espírito de liderança e de solidariedade inerente à Homenageada no
desempenho do voluntariado. O Vereador Cassiá Carpes, em nome da Bancada do PTB,
analisando a problemática da desigualdade social vigente, discorreu sobre a
importância do trabalho desenvolvido pela sociedade civil organizada. Também,
parabenizou a Homenageada por seu desempenho na área do voluntariado e ao
Vereador Beto Moesch pela iniciativa da homenagem. O Vereador Reginaldo Pujol,
em nome da Bancada do PFL, externando a satisfação de Sua Excelência em
participar desta solenidade, dissertou sobre a ação de voluntariado desempenhada
pela Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter. Ainda, destacou o caráter de
exemplaridade e pioneirismo presente no trabalho desenvolvido pela Homenageada.
A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PPS, cumprimentou o Vereador
Beto Moesch pela iniciativa da presente homenagem e, discorrendo sobre a
importância do exercício do voluntariado para o resgate da cidadania e
minoração das diferenças sociais, asseverou ser a homenagem à Senhora Maria
Helena Pereira Johannpeter justo e merecido reconhecimento do seu trabalho. O
Vereador Fernando Záchia, em nome da Bancada do PMDB, parabenizando a Senhora
Maria Helena Pereira Johannpeter pelo implemento do voluntariado no Estado do
Rio Grande do Sul, refletiu sobre as funções deste Legislativo e das
Organizações Não-Governamentais. Também, destacou o caráter de anonimato que
permeia o trabalho de voluntariado exercido pela Homenageada. O Vereador
Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, discorreu sobre a capacidade de
mobilização evidenciada pela Homenageada no desempenho de suas atividades na
direção da entidade Parceiros Voluntários. Ainda, defendeu a autonomia das
Organizações Não-Governamentais e instou à Homenageada que prossiga no implemento
do voluntariado no Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Carlos Alberto
Garcia, em nome da Bancada do PSB, homenageou a Senhora Maria Helena Pereira
Johannpeter por seu desempenho à frente da entidade Parceiros Voluntários.
Ainda, dissertou sobre a importância do voluntariado para a sociedade atual e
parabenizou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa em propor esta homenagem. A
seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Beto Moesch a proceder à
entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Maria Helena Pereira
Johannpeter, concedendo a palavra à Homenageada, que agradeceu o Título
recebido. Em continuidade, o Coral do Centro de Reabilitação de Porto Alegre -
CEREPAL, e a Senhorita Géssica Pricila procederam à apresentação de números
musicais. Também, procedeu-se à execução da canção da campanha publicitária da
entidade Parceiros Voluntários. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou
a presença de representantes do Centro de Reabilitação de Deficiências
Múltiplas Kinder. Ainda, Géssica Pricila e Vinícius Eduardo Silva procederam à
entrega de presentes à Homenageada. Após, o Senhor Presidente convidou os
presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais
havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os
trabalhos às dezesseis horas e quarenta e nove minutos, convidando a todos para
a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
José Fortunati e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador João Carlos
Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Boa-tarde a todos. Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à outorga do Título Honorífico
de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter.
Convidamos
para compor a Mesa a homenageada Sr.ª Maria Helena Johannpeter; o empresário
Jorge Gerdau Johannpeter; o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos
Honorários de Porto Alegre; o Dr. Zildo de Marchi, Vice-Presidente da
FECOMÉRCIO; o Dr. Zélio Hocsmann, Vice-Presidente da FEDERASUL.
Agradecemos
a presença das demais autoridades, senhoras e senhores que nos dão a honra e o
prazer da presença nesta justa homenagem que a Câmara Municipal de Porto
Alegre, por iniciativa do Ver. Beto Moesch, presta a essa grande cidadã Dr.ª
Maria Helena Johannpeter.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se
o Hino Nacional.)
O
Ver. Beto Moesch, proponente desta homenagem, está com a palavra e falará em
nome das Bancadas do PPB, do PC do B, PL e do PSL.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Hoje, sem sombra de dúvida, é um dia especial para esta Casa, Sr.
Presidente, porque a cidade de Porto Alegre reconhece a Maria Helena Pereira
Johannpeter pelo seu extraordinário trabalho já reconhecido pela sociedade de
Porto Alegre e agora, de forma oficial, por esta Casa. Conhecida principalmente
pelo trabalho realizado à frente da Parceiros Voluntários, que, no cenário
mundial, destaca-se justamente o terceiro setor onde a Parceiros Voluntários é
um paradigma no Brasil e até mesmo mundo afora. Essa é a Parceiros Voluntários.
Agora
mesmo, o nobre Jorge Gerdau Johannpeter nos dizia que, antes de iniciar a
Parceiros Voluntários, fez um grande trabalho de pesquisa para, então, executar
a filosofia da Parceiros Voluntários: de colaborar, de estender a mão àqueles
que permanentemente estão com a mão estendida querendo que alguém lhes dê a mão
que são os necessitados. Num País de Terceiro Mundo muito miserável como o
nosso, hoje o Poder Público se mostra ineficaz, porque, sozinho, não tem como
dar a sua contribuição, necessita da sociedade organizada. E aí, nasce esse
trabalho extraordinário da Parceiros Voluntários.
Jorge
Gerdau Johannpeter, que também já recebeu esse título, assim como o seu pai, o
Sr. Kurt Johannpeter, sempre diz que, para o desenvolvimento da sociedade, nós
precisamos do desenvolvimento econômico, do desenvolvimento social e do
desenvolvimento ambiental. E mais uma vez, aí, através da liderança, do
idealismo, do carisma e da simplicidade da Maria Helena Johannpeter, a
Parceiros Voluntários faz esse trabalho que nos encanta a todos.
Nós
temos uma sociedade que quer colaborar, que sabe da sua vocação de fazer algo
para os outros, mas não sabe como. A Parceiros Voluntários sabe.
E
se não existe alguém por trás de um trabalho como esse, porque vários outros
projetos foram tentados, quantas vezes as empresas tentaram fazer um trabalho
de ajudar a sociedade de forma mais eficiente, mais objetiva? Quantos
voluntários tentaram fazer algo, mas não conseguiram? Por quê? Porque muitas
vezes falta uma pessoa que cative, que lidere, que idealize e leve à frente
tudo isso. E aí, mais uma vez, a figura de Maria Helena Johannpeter.
Alguns
dados nos impressionam e temos que registrar aqui, Sr. Presidente. A Parceiros
Voluntários reúne mais de dezoito mil voluntários, integra uma rede de quarenta
e duas unidades distribuídas por diversos municípios do Rio Grande do Sul. Isso
constitui mais de 50% da população do Rio Grande do Sul.
Disponibilizou,
por meio dos seus programas, setecentas mil horas de trabalho voluntário. O
retorno desse investimento social foi calculado em mais de 22 reais para cada
real que as empresas mantenedoras da ONG determinaram à comunidade gaúcha. Isso
é um dado por baixo. Vejam que investimento que é a Parceiros Voluntários, o
retorno que isso se constitui. Está atendendo nessas comunidades a setecentas e
seis instituições carentes, cerca de cem mil pessoas entre crianças,
adolescentes, idosos, portadores de necessidades especiais e comunidades em
situações de risco, que estão sendo beneficiadas. E agora a Parceiros
Voluntários também chega às universidades. Não é por menos que Maria Helena
Johannpeter exerceu a Vice-Presidência do Comitê Brasileiro, no ano passado, em
2001, quando a ONU instituiu o Ano Internacional do Voluntário. E também
integra, de forma permanente, o Fórum de Líderes Sociais do Brasil. A
Constituição Federal, a nossa legislação, fala das igualdades entre os cidadãos
brasileiros, mas como se objetivar isso? O Betinho já dizia que solidariedade a
gente não agradece; alegra-se. E é por isso que Maria Helena sempre tem esse sorriso
esboçado no seu trabalho, mesmo difícil, mesmo indo lá nos locais mais
difíceis, porque ela leva essa filosofia do terceiro setor do voluntariado. O
voluntariado é a chamada cidadania ativa, onde o cidadão quer fazer com que
todos sejam cidadãos.
Maria
Helena Johannpeter, nós, muito mais do que lhe parabenizar, queremos, de forma
muito sincera, dizer muito obrigado pelo que tem feito e que continuará
fazendo.
A
Parceiros Voluntários terá sim a parceria também desta Câmara e com certeza da
sociedade como um todo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Gostaria de convidar a Deputada Federal
Yeda Crusius para fazer parte da nossa Mesa.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em nome do PT.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho a honra, em nome do meu
Partido, minha cara Maria Helena, o Partido dos Trabalhadores, o PT, de falar
na homenagem desta tarde, tão justamente proposta pelo Ver. Beto Moesch. A
Parceiros Voluntários, o seu trabalho na sociedade, neste Estado e nesta
Cidade, de um modo muito especial, tem engrandecido não apenas a Parceiros
Voluntários e aqueles que colaboram com a Parceiros Voluntários, mas tem
engrandecido a nossa sociedade e, como já foi dito anteriormente aqui, no ano
passado nós tivemos o Ano do Voluntariado. E que bom, que se venha hoje aqui
fazer essa homenagem, porque isso não ficou mais um ano na História da
Humanidade, mas que o voluntariado seja algo que seja exercitado
permanentemente todos os dias, todos os dias do ano, porque a sociedade
necessita exatamente da mão estendida, Ver. Beto Moesch, pois como vemos que
ainda têm tantas pessoas, tantas crianças, tantos seres humanos que ainda não
conquistaram o seu espaço da cidadania, aquele espaço que é de falar, de
reclamar, de reivindicar, de dizer, de pedir e de exigir.
Nós
estamos aqui, portanto, nesta tarde, dizendo-lhe, Maria Helena, que é preciso
continuar e que organizações não-governamentais como a Parceiros Voluntários
proliferem pelo País. Que a Parceiros Voluntários seja um exemplo para que
outros Estado, outros países, em particular do nosso Cone Sul - tão sofrido,
tão esmagado - possam fazer aquilo que aqui em Porto Alegre e no Rio Grande do
Sul é feito. Nós temos nos preocupado com um conjunto de questões sociais. O
Ver. Beto Moesch e eu, por exemplo, tratamos da questão do bem-estar animal.
Ah, se não fossemos voluntários nessa área, onde o Poder Público, em todos os
níveis, não tem conseguido ou não tem dado a devida atenção!
Meus
caros colegas Vereadores que têm se preocupado com a questão da criança e do
adolescente. Ah, não fossem os voluntários, não fossem as associações, não
fossem os Parceiros Voluntários, o que seria das crianças e dos adolescentes?!
Para não falar nos idosos, muitos vezes jogados para fora da sociedade, num
desespero de muitos e muitos deles e delas, que encontram nas organizações
não-governamentais, nos Parceiros Voluntários, e outros que têm essa mesma
filosofia, aquele apoio necessário.
Deixo
aqui, portanto, de forma muito especial, de forma carinhosa, este registro e
vou fazer um pedido: continue assim, porque tenho certeza de que nós vamos, não
só pedir, mas exigir muito mais. É possível pedir mais? Se é possível, nós
estamos pedindo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
e falará em nome do PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Honra-me muito, nesta oportunidade,
em nome da Bancada do meu Partido, o PDT, estar participando desta solenidade
que outorga o Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Sr.ª Maria Helena
Pereira Johannpeter. Há poucos momentos, nós nos encontrávamos reunidos como
integrantes da Comissão de Constituição e Justiça para examinar uma série de
pareceres no âmbito das nossas Comissões Permanentes, e um dos projetos que lá
estava era uma designação de um nome de logradouro público a uma figura muito
cara desta Cidade, deste Estado; estávamos lá eu, o Ver. Elói Guimarães
presidindo a Comissão de Justiça, e o Ver. Reginaldo Pujol, lá estávamos
examinando, do ponto de vista legal, uma homenagem outorgada a uma figura que
deixou marca neste Estado e nesta Cidade pela solidariedade que prestou, o
empresário Geraldo T. Link, que talvez seja um dos precursores de todo um
trabalho de natureza social e uma Exposição de Motivos ali existente. Uma noite
saindo do Hotel Plaza São Rafael, de um jantar, assisti a uma dramática
situação de um menino derrubando um senhor idoso para pegar a sua carteira,
vítima de toda essa tragédia social que nós vivemos. Naquela oportunidade,
nasceu o Projeto que certamente é do conhecimento de todos os senhores, o chamado
Projeto Pescar. Ali, já está muito presente a idéia da solidariedade.
Eu
acho que é dentro dessa linha que esta Casa, hoje, reconhecidamente, presta
homenagem a Sr.ª Maria Helena Pereira Johannpeter por esse trabalho. Um
trabalho árduo, um trabalho de grande responsabilidade, um trabalho
extraordinário dada a dimensão que ela conseguiu dar, não só procurando fazer
um trabalho de solidariedade, de parceiros solidários a um conjunto de
instituições, como conseguiu, com o seu carisma e com a sua estrutura familiar,
catalisar e sensibilizar um conjunto de pessoas de importância, de
responsabilidade social para que se integrassem a esse trabalho de parceiros
solidários. Hoje, esse Projeto é um fato definitivo e consumado aqui na nossa
Cidade, no nosso Estado mercê do seu trabalho, da sua dedicação, do seu
empenho, da sua determinação em relação a esse trabalho de voluntariado. A
senhora conseguiu catalisar e congregar dezenas, centenas, milhares de pessoas
que estavam esparsas, separadas e não conseguiam colocar todo o seu potencial
direcionado a uma causa de importância social como esse que a senhora
dinamicamente lidera em nosso Estado, e com um detalhe muito importante o qual
já ouvi a nossa homenageada desenvolver e sustentar, esse é um Projeto que
nasceu no âmbito da estrutura não-governamental. É um Projeto que se observa,
sobretudo sob a liderança da Sr.ª Maria Helena, que ela consegue separar,
nitidamente, como uma ação comunitária, uma ação social, convocando pessoas a
se integrar e a se engajar nesse extraordinário movimento, preocupada sempre em
manter a autonomia e a independência dessa estrutura e dessa organização
não-governamental, e, de outro lado, também com a clareza muito cristalina de
que esse movimento só é possível no âmbito da sociedade civil e que ele não
pode se radicar no âmbito do Estado, no âmbito da estrutura partidária, porque
ele correria risco de ser colocado em xeque. Ela tem conseguido esse objetivo
com essa fé, com essa determinação que lhe é peculiar, e que tivemos a
oportunidade de conhecer no curso das relações que mantivemos mercê do nosso
trabalho aqui nesta Casa e, muitas vezes, em conjunto com algumas atividades
com os Parceiros Voluntários.
Por
isso, penso que, neste momento, esta Casa resgata, formalmente, uma homenagem extremamente
importante, que é a essa extraordinária organização, os Parceiros Voluntários,
a liderança de Maria Helena Pereira Johannpeter e ao conjunto de pessoas que
com ela consegue desenvolver esse trabalho extraordinário de benemerência, de
amor ao próximo que vem desenvolvendo com orgulho para o nosso Estado e sendo
referência e paradigma para outras organizações que se estruturam em todo o
País, nesse sentido.
Parabéns,
em nome da nossa Bancada e em nome da nossa Casa, em prestar esta homenagem
outorgando o título à porto-alegrense Maria Helena Johannpeter de Cidadã
Emérita da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado a V. Ex.ª, Ver. Beto Moesch,
pela inteligente e feliz iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
e falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu pertenço à Comissão de Direitos
Humanos desta Casa, ontem alguém passou um recado a mim, com certa urgência,
porque era um problema grave e fiquei preocupado, porque não sabia do que se
tratava. Antes de chegar na nossa Comissão - pois tínhamos reunião com a
Presidenta, Ver.ª Clênia Maranhão -, consegui localizar essa pessoa e era um
problema social que está acontecendo na Av. Ipiranga com a Rua Silva Só, onde
crianças estão dormindo em caixa de papelão.
Esse
fato vem a se unir a esse seu projeto, a sua causa que, desde cedo, tinha a
admiração de todos e agora passa a ter a admiração nossa, porque aqui nesta
Casa, com 33 Vereadores, todos com as suas peculiaridades, as suas diversidades
ideológicas, mas todos reconhecem esse trabalho que, muitas vezes, o Poder
Público Municipal, Estadual ou Federal, não o fazem.
Portanto,
até me coloco à disposição da senhora para colaborar nos seus projetos na área
esportiva, pois é uma coisa que, se estou nesta Casa, devo muito a minha vida
de atleta, de treinador, de radialista e Vereador, porque aprendemos muito. Andamos
por aí, viemos lá do interior, vencendo muitos obstáculos e, conseqüentemente,
dedicando muitas coisas boas à nossa juventude e à nossa adolescência.
Portanto,
o que a senhora faz ao próximo, às vezes, nós, nesta Casa, temos dificuldade,
porque nós legislamos, mas há muito dificuldade em colocar em prática aquilo
que a senhora coloca com tanta bondade e dedicação e com aquela sutileza do
feminino.
Em
nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome do Ver. Elói Guimarães; do
Deputado Sérgio Zambiasi, Presidente da Assembléia; do nosso Diretório
Metropolitano, do Diretório Regional, de todos, das mulheres trabalhistas, de
todos do Partido Trabalhista Brasileiro que tem no seu seio muito do social,
que tenhamos a união entre o capital e o trabalho.
Sinto-me
honrado em poder, neste momento, dona Maria Helena, dizer desta tribuna; de
pertencer a este Plenário, e poder lhe dizer muito obrigado por estar aqui,
muito obrigado por este trabalho. Conte com a colaboração destes Vereadores. Eu
tenho certeza de que nós podemos mostrar para todos esse belíssimo trabalho que
a senhora faz, que o Poder Público, seja Municipal, Estadual ou Federal
reconheça que a parceria com os órgãos atuais idênticos aos que a senhora
comanda é muito importante. Tomara que os Poderes possam realmente fazer essa
parceria e contribuir. Fala-se muito em social, todo problema é social, muitas
vezes até não é, mas acredito que essa parceira é importante. A senhora deu um
pulo à frente no sentido de mostrar aos Poderes Municipal, Estadual e Federal
de que é capaz de unir a comunidade num objetivo próximo àquilo que queremos
para a nossa Nação.
Muito
obrigado pela sua presença, é uma satisfação enorme do nosso Partido, dos
Vereadores desta Casa em tê-la aqui neste Plenário. Um abraço a todos.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
e falará em nome do Partido da Frente Liberal.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Elogiar o que
deve ser elogiado, exaltar o que deve ser exaltado são manifestações que, em
princípio, não deveriam trazer nenhuma dificuldade para quem elogia ou exalta,
mas devo confessar, no entanto, que tenho dificuldades. A maior dificuldade
decorre do fato de não termos sido o autor da proposta e de não termos sido o
primeiro orador, portanto, foge-nos a originalidade da primazia. Mas ainda
sobra, ou quem sabe falta, muito o que dizer da nossa homenageada. É de um dos maiores
homens públicos de todos os tempos, John Kennedy a seguinte frase: “não me
perguntem o que a América pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer
pela América”. A nossa homenageada, como ninguém, percebeu que aquela frase,
dita num discurso de posse, no início dos anos 60, nos Estados Unidos da
América, era também uma verdade entre nós. O voluntariado, por ela empalmado em
nosso Estado, desde 1997, quando deu forma à organização Parceiros Voluntários,
mostrou que a solidariedade não é sinônimo de esmola e que não basta dar
dinheiro, roupa, comida ou remédio para resolver problemas que transcendem a
mera necessidade material. Poucas pessoas podem ao longo das suas vidas dizer
que mudaram a vida de uma única pessoa. Diante de nós, e merecendo a nossa
exaltação, está a Sr.ª Maria Helena, que mudou para melhor a vida de milhares
de pessoas. Ela e a sua organização mudaram a vida dos que tinham tudo ou quase
tudo e achavam que nada mais lhes restava por fazer; mudaram também a vida dos
que nada tinham nem mesmo a esperança.
Temos diante de nós não uma benemérita distribuidora de donativos, mas uma modificadora de comportamento social, que, com suas palavras e ações, conseguiu devolver a alegria de viver para tantas pessoas que atuaram como voluntários e que dos voluntários receberam alguma coisa. Os Parceiros, inspirados pela Sr.ª Maria Helena foram mais longe. Também levaram palavras a quem delas necessitava, palavras em forma de aulas, palavras em forma de oração, palavras em forma de consolo.
A
necessidade para os Parceiros não se limita à materialidade, mas alcança o
espírito, e nem fica limitado àquele que aparenta ser o carente, porque o
voluntário ele mesmo se sente modificado cada vez que atua. Nada disso teria
sido feito; os prêmios recebidos não teriam ocorrido, os êxitos alcançados não
seriam festejados se não houvesse esse trabalho pioneiro e constante desta
pessoa magnífica, mãe de família, esposa e cidadã, a nossa homenageada, Maria
Helena Pereira Johannpeter. Por isso ela deve ser elogiada e exaltada de tal
sorte que seu exemplo frutifique e que mais “Marias Helenas” surjam entre nós
para mostrar como é possível o exercício da cidadania, da verdadeira cidadania,
da cidadania não tutelada, daquela que brota da consciência social, dessa consciência
social que nós da Bancada do PFL, com o meu Líder Ver. Luiz Braz e eu próprio
exaltamos na sua pessoa. Meus cumprimentos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Antes de passarmos a palavra ao próximo
orador inscrito, devo comunicar que, infelizmente, em função de compromissos
assumidos anteriormente, minha cara Maria Helena, eu tenho de me ausentar. Mas
não poderia de forma alguma deixar de participar pelo menos do início desta
Sessão Solene, de iniciativa do Dr. Beto Moesch, para lhe dar um grande e
fraterno abraço.
Todos
nós sabemos o quanto o povo gaúcho é solidário, fraterno e hospitaleiro. Na
minha vida pública, eu aprendi a amar os voluntários, porque, no dia-a-dia, de
forma abnegada, voluntária e anônima constroem uma outra sociedade; normalmente
não são vistos por meio dos meios de comunicação, não aparecem, muitas vezes,
nos noticiários positivos da nossa imprensa; a mídia não lhes dá uma cobertura
adequada. Mas, felizmente, com muita garra, com muita persistência e
obstinação, essas centenas de milhares de voluntários estão construindo uma
nova sociedade. Eu não tenho dúvida, pela minha experiência como Vice-Prefeito
desta Cidade, Deputado e Vereador, de que o Estado, hoje, é absolutamente
limitado para dar atenção adequada às nossas crianças e adolescentes, aos
moradores de rua, aos nossos animais, enfim, a todos aqueles que se encontram
excluídos de qualquer processo social. Felizmente, a situação só não é pior
graças a milhares de indivíduos que se juntam, se organizam em torno de
organizações não-governamentais e enfrentam todas as dificuldades econômicas
para dar atenção, carinho e calor humano a essas pessoas que necessitam desse
amparo de todos nós.
Não
tenho dúvidas de que a Parceiros Voluntários deu uma qualidade nova a essas
organizações, deu visibilidade, potencializou a participação de tantas outras
pessoas que gostariam de participar, mas que não sabiam exatamente aonde se
dirigir. Reconheço, porque acompanhei a instituição Parceiros Voluntários desde
o seu primeiro momento, reconheço o teu papel e a importância dessa importante
entidade que, indiscutivelmente, tanto tem feito pelo nosso Estado e,
certamente, muito fará ainda.
Continue
com esse belo trabalho, desejo-lhe muito sucesso e vida longa a todos vocês
que, no cotidiano, ajudam a construir não-somente uma Porto Alegre melhor, mas
um Rio Grande melhor e, certamente, um Brasil melhor. Parabéns. (Palmas.)
Passo
a presidência dos trabalhos ao Ver. Reginaldo Pujol.
(O
Ver. Reginaldo Pujol assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra e falará em nome da Bancada do PPS.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Porto-alegrenses, militantes da causa da justiça e da solidariedade
que se fazem presentes na homenagem justa merecida e unânime que esta Casa
construiu para a Maria Helena. Queria, preliminarmente, dizer ao Ver. Beto Moesch
da nossa alegria em poder compartilhar desse ato de sua iniciativa que, por
decisão unânime desta Casa, se transformou em homenagem de todos e de todas as
Vereadoras.
Somos
uma geração que veio ao mundo para conviver com a imagem da miséria, brasileiras
e brasileiros que, ao longo de nossas vidas, convivemos com a imagem da imensa
desigualdade de um País tão rico como o Brasil.
Muitos
fecham os olhos a isso, e, como dizia o poeta: “O mundo para eles é um
chocolate, nada mais que um chocolate.” Outros se acomodam, se acovardam diante
das injustiças esperando as mudanças que virão. Muitos aguardam essas mudanças
como resultado de seus deuses, outros, como resultado das políticas estruturais
dos governos.
Algumas
pessoas, alguns homens, algumas mulheres como a Maria Helena são movidas pelo
instigante desafio que anima o espírito dos que não se conformam, que, mesmo
podendo ficar no conforto das suas vidas, ousam enfrentar o monstro da
desigualdade, da injustiça e do obscurantismo. Buscam o caminho da militância
civil, algo que atinge uma importância fundamental, quando vivemos em uma
realidade onde a frieza dos indivíduos amortece o coração dos cidadãos. Nesta
realidade o trabalho voluntário, solidário, tem uma importância incalculável.
As repercussões de suas ações extrapolam as repercussões imediatas dos seus
atos; elas encaram um simbolismo, elas fazem o despertar das consciências.
Investem no social de uma forma em que se permeia a apatia e, com um forte
sentimento de força e de mudança, despertam o cidadão adormecido que, muitas
vezes, acredita que nada poderia fazer para mudar o rumo das coisas.
O
voluntário, a consciência voluntária faz com que as pessoas favoráveis às
mudanças, mas imóveis, sejam mobilizadas para construir ações que só elas
poderiam fazer, e compreendem que o ser humano é capaz de contribuir, que todo
ser humano é capaz de contribuir para fecundar a esperança e atrair um futuro
com mais justiça.
Nós,
os Vereadores, somos os representantes da área política, temos a
responsabilidade da construção das políticas públicas, mas somos políticos de
um país de mais de trinta milhões de miseráveis. E, cientes da falência do
conceito de bem-estar social, cientes também dos avanços e da construção dos
novos paradigmas que nos apontam a necessidade do compartilhar, da
responsabilidade pública com a sociedade civil, nos envolvemos nesta nova
empreitada, por amor ao Brasil, por amor às mulheres e aos homens que nele
vivem, construindo um caminho baseado em uma virtude essencial que é a
solidariedade. Somos políticos de vocação republicana, vivemos um momento de
refazer os velhos conceitos. E, focados no povo, lutamos contra a ideologização
das decisões políticas, buscamos um modelo de justiça que só será possível,
verdadeiro e mais fácil de ser atingido, com a parceria daqueles que dedicam a
sua vida na conscientização, para que outros voluntários possam cumprir a sua
missão, a missão da justiça, da igualdade e da construção de um país novo, onde
ninguém morra de fome e onde todos possam se dizer verdadeiramente brasileiros,
cidadãos e seres humanos. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Saudamos, em especial, o Ver. Beto
Moesch que teve esta grande iniciativa, que faz com que a Casa possa, nessas
homenagens, Ver. Beto Moesch, fazer uma reflexão também importante da função do
Poder Legislativo. Nós, Vereadores, quando fazemos essa homenagem, por diversas
razões, votamos pela consciência da importância do mérito do homenageado para a
cidade de Porto Alegre. E já demos aqui títulos para desportistas, empresários,
jornalistas, artistas, escritores, que fizeram e mereceram o título porque
tinham, através de suas atividades profissionais e sociais, uma visibilidade na
cidade de Porto Alegre, uma importância, evidentemente que sim da atividade,
mas também uma visibilidade, diferentemente da nossa homenageada, que tem uma
importância fundamental na constituição da sociedade, no crescimento de uma
sociedade mais igualitária, mas tem uma característica incomum, que é o
anonimato da atividade.
A
Dona Maria Helena teve a capacidade de envolver pessoas que tinham uma
consciência desse trabalho, mas pessoas que, por razões diversas, estavam
preocupadas com as suas vidas, não concordando com o quadro que todos nós
constatávamos, mas estávamos acomodados. Maria Helena conseguiu oportunizar,
despertar essas pessoas para ingressarem nesse processo com a mesma consciência
anterior, mas fazendo essa atividade de uma forma absoluta de anonimato, sem
ter a preocupação da visibilidade, sem ter o interesse do reconhecimento, mas
da consciência da necessidade, da importância e da oportunidade. Isso, por si
só, deu razões para que esta Casa pudesse votar de uma maneira unânime como o
fez. E também ressalto que a nossa homenageada, é esposa de um dos maiores
empresários deste País, do homem que construiu e constrói o desenvolvimento e o
progresso desta Cidade, deste Estado, deste País. Mas a nossa homenageada
conseguiu na sua atividade o seu espaço, fazendo com que o Dr. Jorge seja o
marido da homenageada, invertendo: o Dr. Jorge é o marido da mulher que criou
os Parceiros Voluntários. Olhem a importância que tem isso, porque a senhora
não é esposa de um cidadão comum, e o Dr. Jorge não é o marido de uma cidadã
comum, a importância de ressaltar a conquista desse espaço próprio adquirido
pela sua atividade, pela sua iniciativa e por esse belo trabalho.
Por
isso, a Bancada do PMDB vem cumprimentar o Ver. Beto Moesch que nos oportunizou
para que a cidade de Porto Alegre pudesse reconhecer esta nossa homenageada, o
reconhecimento das pessoas e da Cidade de Porto Alegre. Parabéns, Dona Maria
Helena. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu me permito, Maria Helena,
mencionar, muito especialmente, o Presidente da instituição que tu passas a
incluir a partir de hoje, que é o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de
Cidadãos Honorários de Porto Alegre, e que hoje também é uma data especial,
porque pela manhã o Dr. Kruse lançou o seu livro contando os seus 70 anos de
vida. Dr. Kruse, não pude estar presente, mas não esqueci. Então, fica aqui o
meu registro e o meu abraço.
Maria
Helena, certamente, esta homenagem ultrapassa a tua pessoa particular, como
indivíduo, porque ela envolve todos esses milhares de pessoas que estão hoje
militando na Parceiros Voluntários. Mas, certamente, todo o grupo, todo o
movimento precisa de uma liderança. E nesse sentido, a tua figura é
absolutamente ímpar. Eu tenho visto, através da televisão e do rádio as
diferentes campanhas, os jingles que são colocados nos meios de comunicação, e
aí tem um traço que certamente tem muito a tua marca, exatamente essa
capacidade de mobilizar. Acho que essa homenagem aqui da Câmara Municipal de
Porto Alegre é extremamente apropriada, porque foi aqui que no início deste ano
nós tivemos um embate extremamente significativo: a municipalidade, através de
um Projeto de Lei, enviado pelo então Prefeito Tarso Genro, pretendia fazer uma
vinculação direta de movimentos, de ONGs, de movimentos voluntários com a
Administração Municipal. E nós, ao discutirmos esse Projeto aqui entendíamos
que absolutamente, isso cabia, inclusive o Ver. Paulo Brum, meu companheiro de
Bancada, foi um daqueles que mais discutiu aqui esse problema, dentre outros,
com o Ver. Reginaldo Pujol, que nós não tínhamos que nos meter e dizer o que a
entidades de voluntários devem ou não fazer, elas na verdade estão muito mais à
frente que o Poder Público Municipal. Felizmente, aquela proposta da
municipalidade foi derrotada na votação desta Casa, nós conseguimos garantir
aquilo que me parece fundamental aos movimentos voluntários, a sua absoluta
autonomia; não ter nenhuma possibilidade de manipulação de cooptação, qualquer
coisa, de vinculação partidária, mas que esses movimentos tenham plena
possibilidade de florir, de decidir os seus caminhos, o seu futuro. Esta Casa
certamente tem muito orgulho, não só de ter tomado aquela decisão no Plenário,
numa votação, num debate político, mas também de hoje poder duplicar isso,
completando esse movimento fazendo essa homenagem a ti, mas repita também uma
homenagem a todos aqueles que acolheram esse chamado, essa proposta, esse
desafio. Por outro lado eu queria lembrar que certamente mais do que uma
homenagem, mais do que um reconhecimento, mais do que uma lembrança este ato
proposto pelo Ver. Beto Moesch, aprovado por todos nós, e agora aqui
concretizado, é um ato que de uma certa maneira traduz um desejo da Câmara,
queremos pedir, Maria Helena, que tu continues com esse trabalho junto com
todos os teus companheiros. Nós queremos dizer que precisamos da continuação
desse trabalho, mas sobretudo nós queremos, de uma certa maneira te provocar,
te desafiar, que apesar de tudo, apesar de pressões, apesar de desafios tu
realmente continues nesse trabalho, de uma certa maneira ao aceitar essa que
não é uma homenagem a ti apenas, mas que é um compromisso desta Casa também
contigo, com a Parceiros Voluntários, nós estamos fechando uma aliança.
Precisamos desses movimentos no Brasil, e sobretudo nós confiamos em movimentos
como esse que tu representas, porque nós confiamos em pessoas como és. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra e falará em nome do Partido Socialista Brasileiro.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.)
Esta Casa hoje vive um momento inusitado, porque, mais do que nunca, no
mundo em que vivemos hoje, evocar a solidariedade, realmente merece uma atenção
especial. Nós queremos parabenizá-la Sr.ª Maria Helena, por esse plano e modelo
de vida, porque fazer e dedicar a sua vida ao voluntariado é uma missão por si
só nobre; mas, antes de tudo, é uma missão que, no seu dia-a-dia, consegue
agregar novas pessoas, fazendo com que elas possam ocupar o seu tempo livre em
função de outro ser humano. Isso é muito importante, porque vivemos num mundo
que tem tanta beleza, mas, ao mesmo tempo, é um mundo que nunca se produziu
tantos grãos e em que tantas pessoas passam fome; é o mundo do eu, e não o
mundo do nós; é o mundo do individualismo, e não do coletivo, mas nós sabemos que
nascemos para viver em comunidade. O que seria das nossas vidas se ficássemos
isolados? Quando se fala na questão do voluntariado, a questão da solidariedade
e a da fraternidade é algo presente. São Francisco com muita propriedade disse
que “é dando que se recebe”. Eu tenho a certeza de que quem trabalha com
voluntariado ao deitar-se pode dizer: “Hoje eu fiz a minha parte em função do
próximo.” E como isso é agradável, e como tem recompensa! Uma recompensa
invisível, mas tenho a certeza de que são milhares e milhares de pessoas que
mudam a sua vida e, ao mudar a sua vida, também assumem um compromisso social
de mudar novas vidas, e esse é um momento rico.
Espero
que um dia as nossas escolas de ensino médio, os nossos cursos superiores
possam ter uma disciplina que faça com que esse voluntariado, com que essa
solidariedade, com que essa fraternidade seja inserida, porque eu tenho a
certeza de que na medida em que as pessoas entrem em contato com outras e fazem
o bem comum, se sentem gratificadas, se sentem incorporadas, revitalizadas e
por si só caminham em função disso.
Sr.ª
Maria Helena, nós sabemos que o mundo é redondo, que todos precisam de todos,
mas, hoje, Porto Alegre, o Rio Grande precisam muito da senhora, desse seu
trabalho, que é um trabalho simples, mas com um detalhe: é feito de forma
coesa, gratificante e de forma efetiva.
Portanto,
receba em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, e mais,
receba em nome do Rio Grande o coração de todos aqueles que no seu dia-a-dia a
senhora e os seus parceiros levam a questão da fraternidade, da solidariedade
e, principalmente, a esperança de uma vida e de um mundo melhor. Muito
obrigado. Parabéns. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com as manifestações das várias
representações políticas que têm assento neste Plenário plural, nós, com
satisfação, nos encaminhamos ao momento esperado, convidando o Ver. Beto
Moesch, proponente desta homenagem, nesta Sessão Solene, para que proceda à
entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre a Sr.ª Maria
Helena Pereira Johannpeter.
(Procede-se
à entrega do Diploma à Sr.ª Maria Helena Johannpeter.) (Palmas.)
A
Sr.ª Maria Helena Johannpeter está com a palavra.
A SRA. MARIA HELENA JOHANNPETER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) É um dia muito importante na minha
vida como cidadã, e um dia todo especial ao encontrar amigos muito queridos
aqui nesta platéia. Não se pode, numa Sessão Solene dessas, falar de improviso,
como fazemos nas nossas sessões da Parceiros Voluntários, nas quais,
simplesmente, se larga o coração a falar. Aqui tudo é muito solene nesta Casa;
é a Casa do Povo, mas é solene. Então, temos que nos comportar, mas acredito
que a Maria Helena não tenha mais nada o que dizer, tudo o que precisava ser
dito sobre o voluntariado, sobre emoções já foram ditas. Para mim, resta
agradecer do fundo do meu coração aos muitos rostos amigos que estão aqui e que
nos ajudam, muito fortemente, nesta caminhada.
Meus
agradecimentos sinceros ao Ver. Beto Moesch por ter submetido o meu nome aos
demais Vereadores e meus agradecimentos a todos por terem aceito e apoiado essa
indicação.
Meus
agradecimentos a meus pais, mas especialmente a minha mãe, pois meu pai faleceu
muito cedo. Foi da minha mãe que herdei os princípios, os valores éticos,
morais, filosóficos e cristãos.
Gostaria
de agradecer a meus irmãos, especialmente a meu irmão mais velho, Professor
Cassilio Ouriques Pereira, que, carinhosamente, sempre chamei de Cácio. Lembro
que fiquei muito surpresa quando, na adolescência, vim a saber que seu nome não
era Cácio e sim Cassilio.
Gostaria
de agradecer às minhas irmãs, pois sou a última filha de uma família de dez
irmãos e lembro-me que, quando na época das férias grandes, de dezembro a
março, enquanto minha mãe trabalhava, minhas irmãs e meus irmãos, já casados,
acolhiam os irmãos mais moços, os caçulas, em suas casas. Aí, nós nos
misturávamos aos sobrinhos e aprontávamos as maiores estripulias durante o dia
inteiro.
Gostaria
de agradecer as minhas três filhas, a Valéria, Fernanda, Daniela - e também aos
meus genros, o Daniel e o Tiago - pela paciência e pela tolerância que sempre
tiveram ao escutar-me sempre falando em Parceiros Voluntários. Gostaria de
agradecer às críticas fortes de meu genro, o Daniel, muito focado. Obrigado,
Daniel, tu me ensinaste muito na vida; agradecer ao meu marido, Jorge Gerdau,
uma pessoa de um carisma muito grande, que não preciso repetir, pois todos nós
conhecemos, mas que é um ser humano de uma potência muito grande para amar, de
um carinho muito grande que ele tem por tudo e por todos, especialmente na
nossa relação. Quero agradecer tudo o que me tu me ensinaste na vida nesses
nossos longos anos juntos, e eu costumo dizer que o Jorge, que é o nosso
conselheiro na Parceiros Voluntários, e eu digo que ele é o meu conselheiro
preferido.
Quero
agradecer aos fundadores, mantenedores, conselheiros, patrocinadores,
apoiadores e colaboradores da Parceiros Voluntários, que, certamente, são empresários,
como sempre em todos os sentidos, preocupados sempre com a sua comunidade;
agradecer a todos os vinte mil voluntários, diretos e indiretos, que sonham o
mesmo sonho da gente, isto é, de termos um Rio Grande do Sul voluntário,
voluntários pessoas físicas, voluntários empresas, voluntários jovens das
escolas e universidades, professores, voluntários das Organizações da Sociedade
Civil, as OSC’s, que recebem os voluntários e nos possibilitam realmente fazer
esse trabalho de voluntariado, e a rede Parceiros Voluntários nos quarenta e
dois Municípios do RS onde a Parceiros já está instalada; nosso agradecimento a
todos! Quero agradecer a todos que nos apóiam e incentivam de inúmeras
maneiras, desde o sorriso até um abraço amigo; agradecer a toda a comunidade
rio-grandense por serem pessoas especiais e que merecem, por conseqüência, uma
comunidade também muito especial. Quero agradecer a todos vocês aqui presentes
e também aos ausentes, os que não puderem vir, mas que com certeza estão
conosco em pensamento neste momento.
Quero
agradecer de uma forma muito, muito especial a toda a equipe da Parceiros
Voluntários que está ali, a todos. Não vou nominá-los individualmente, porque
são muitos. Ainda há os estagiários, os voluntários dentro da equipe. Equipe da
Parceiros Voluntários quero que se sintam abraçados com um abraço muito
carinhosos meu e com uma admiração muito grande pelo que vocês fazem acontecer
nesse programa de voluntariado em nosso Estado. Quem deveria estar aqui,
recebendo este título são vocês e eu sentada no lugar de vocês, os aplaudindo.
Vocês são os merecedores, eu só tenho, talvez, o mérito de ter pessoas na
equipe tão geniais e que eu possa agregá-los.
Por
todos esses agradecimentos sinceros e merecidos, que eu expressei, quero
agradecer também o Dr. Polanczyk, nosso eterno Presidente da Parceiros,
continua sendo por todo o ensinamento que nos passou; Dr. Ivan Hervê, pessoa
muito especial da nossa comunidade e sua esposa, Dr.ª Rute, o nosso carinhoso
abraço.
Mas,
todos esses agradecimentos sinceros e merecidos, que eu expressei, vocês já
perceberam que a única pessoa que deveria estar sentada, aí nessas cadeiras,
era eu, aplaudindo vocês aqui recebendo este título. Este título é de todos que
compõem essa comunidade e que têm sentimento de voluntariado.
Encerrando,
mas sem dizer “e por último”, pois Ele está presente em todos os lugares e
condições, com muito respeito, eu digo: agradeço a Deus acima de todas as
coisas, pois sem a Sua vontade, a Sua bondade, nenhum de nós estaria aqui hoje,
sem os Seus ensinamentos cristãos não teríamos a humildade de saber agradecer e
reconhecer o mérito do outro. Sabemos que não somos sozinhos, que só seremos
completos em relação ao outro se Ele estiver conosco. Sabemos que só
cresceremos com o crescimento do outro, que só seremos felizes com a felicidade
do outro e que só seremos amados quando soubermos amar o outro e que só seremos
perdoados quando perdoarmos o outro.
Desejo
que todos se dêem essa grande oportunidade de ser voluntário para que todos nós
sintamos o que é crescer, o que é ser feliz, o que é ser amado e o que é ser
perdoado.
Enfim,
que todos nós saibamos o que é incluir no seu projeto de vida o projeto de vida
do outro. Vamo-nos dar as mãos e desenvolver essa cultura de voluntariado
organizada em nosso Estado, de cidadão para cidadão, de irmão para irmão.
Saibamos viver a vida em sua grandeza, que valorizemos a nossa essência divina
de seres espirituais que somos com uma passagem pela Terra e nos sintamos,
apenas, seres terrenos com uma passagem pelo espiritual.
Somos
filhos do Criador, portanto, criadores nós somos. Vamos criar uma realidade
melhor para todos nós dentro da nossa comunidade. Vamos fazer um Rio Grande
solidário e, especialmente, voluntário. Nós podemos - por que não? -
realizá-lo. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Integram-se a esta homenagem, que, com
toda justiça, a Câmara Municipal promove à sua nova Cidadã Emérita, várias
entidades, sendo que uma delas é o Coral do Centro de Reabilitação de Porto
Alegre – CEREPAL, que ouviremos, a seguir.
(É
feita a apresentação.) (Palmas.)
Como
afirmei anteriormente, várias são as entidades que se fazem presentes neste
momento e que se associam às nossas homenagens.
Vai
ser prestada uma homenagem que não estava prevista no protocolo, mas que, pela
sua importância, se justifica.
(É
feita a apresentação.) (Palmas.)
A SRA. VERA WENTZ DOS SANTOS: Eu gostaria de pedir permissão para
conduzir um dos nossos meninos, o Vinícius, para entregar uma homenagem em
agradecimento à Sr.ª Maria Helena Johannpeter.
(É
feita a entrega da homenagem.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Reafirmamos o dito anteriormente, ou
seja, que várias entidades se associam a essas homenagens e que também a Kinder,
Centro de Reabilitação de Deficiências Múltiplas, se faz presente.
Assistiremos, agora, a apresentação da jovem Géssica Pricila.
A SRA. GÉSSICA PRICILA: Boa-tarde, eu sou Géssica Pricila e
cantarei uma música de Mozart à homenageada Maria Helena, que é uma pessoa
muito querida e muito amada.
(Ouve-se
à apresentação da jovem Géssica Pricila.)
A SRA. GÉSSICA PRICILA: Eu vou entregar um presente, agora, em
homenagem à Maria Helena.
(É
feita e entrega do presente.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): É mais uma homenagem que, tenho certeza,
a Sr.ª Maria Helena sentir-se-á muito feliz em receber. Esta homenagem parte da
Equipe dos Parceiros Voluntários com a apresentação do jingle “Dá para mudar. É
só começar”.
(É
feita a homenagem.)
Convidamos a todos os presentes a
ouvirmos a execução do Hino Rio-Grandense.)
(Ouve-se
o Hino Rio-Grandense.)
Agradecemos
a todos pela presença, os senhores e senhoras que nos prestigiaram nesta Sessão
Solene, especialmente a Deputada Yeda Crusius, ao empresário Jorge Gerdau
Johannpeter; ao Dr. Telmo Kruse; ao Dr. Zildo De Marchi; ao Dr. Zélio Hocsmann
que compuseram esta Mesa Diretora dos trabalhos. A todos o nosso reconhecimento
pela presença neste ato, significativa presença, que lhe deu uma qualidade muito
especial, diretamente proporcional à homenagem que aqui se prestou. A todos,
muito obrigado. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h49min.)
* * * * *