ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-8-2002.

 


Aos treze dias do mês de agosto de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e quinze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter, nos termos do Projeto de Resolução nº 046/02 (Processo nº 0454/02), de autoria do Vereador Beto Moesch. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Zildo de Marchi, Vice-Presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul - FECOMÉRCIO; o Senhor Zélio Hocsmann, Vice-Presidente da Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; a Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter, Homenageada; o Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, esposo da Homenageada; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Beto Moesch, em nome das Bancadas do PPB, PC do B, PL e PSL, expôs os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem, discorrendo sobre o trabalho da Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter à frente da entidade Parceiros Voluntários. Ainda, destacou o espírito idealizador da Homenageada e a abrangência dos serviços prestados por essa entidade. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença da Deputada Federal Yeda Crusius, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, saudou a Homenageada e parabenizou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa da presente solenidade. Também, salientou o trabalho da Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter na direção da Organização Não-Governamental Parceiros Voluntários, asseverando que a atuação dessa entidade contribui para a busca de igualdade social. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, parabenizou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa da homenagem à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter e historiou fatos relativos à criação da Organização Não-Governamental Parceiros Voluntários. Ainda, destacou o espírito de liderança e de solidariedade inerente à Homenageada no desempenho do voluntariado. O Vereador Cassiá Carpes, em nome da Bancada do PTB, analisando a problemática da desigualdade social vigente, discorreu sobre a importância do trabalho desenvolvido pela sociedade civil organizada. Também, parabenizou a Homenageada por seu desempenho na área do voluntariado e ao Vereador Beto Moesch pela iniciativa da homenagem. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, externando a satisfação de Sua Excelência em participar desta solenidade, dissertou sobre a ação de voluntariado desempenhada pela Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter. Ainda, destacou o caráter de exemplaridade e pioneirismo presente no trabalho desenvolvido pela Homenageada. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PPS, cumprimentou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa da presente homenagem e, discorrendo sobre a importância do exercício do voluntariado para o resgate da cidadania e minoração das diferenças sociais, asseverou ser a homenagem à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter justo e merecido reconhecimento do seu trabalho. O Vereador Fernando Záchia, em nome da Bancada do PMDB, parabenizando a Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter pelo implemento do voluntariado no Estado do Rio Grande do Sul, refletiu sobre as funções deste Legislativo e das Organizações Não-Governamentais. Também, destacou o caráter de anonimato que permeia o trabalho de voluntariado exercido pela Homenageada. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, discorreu sobre a capacidade de mobilização evidenciada pela Homenageada no desempenho de suas atividades na direção da entidade Parceiros Voluntários. Ainda, defendeu a autonomia das Organizações Não-Governamentais e instou à Homenageada que prossiga no implemento do voluntariado no Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, homenageou a Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter por seu desempenho à frente da entidade Parceiros Voluntários. Ainda, dissertou sobre a importância do voluntariado para a sociedade atual e parabenizou o Vereador Beto Moesch pela iniciativa em propor esta homenagem. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Beto Moesch a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter, concedendo a palavra à Homenageada, que agradeceu o Título recebido. Em continuidade, o Coral do Centro de Reabilitação de Porto Alegre - CEREPAL, e a Senhorita Géssica Pricila procederam à apresentação de números musicais. Também, procedeu-se à execução da canção da campanha publicitária da entidade Parceiros Voluntários. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de representantes do Centro de Reabilitação de Deficiências Múltiplas Kinder. Ainda, Géssica Pricila e Vinícius Eduardo Silva procederam à entrega de presentes à Homenageada. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e quarenta e nove minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Boa-tarde a todos. Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à outorga do Título Honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Senhora Maria Helena Pereira Johannpeter.

Convidamos para compor a Mesa a homenageada Sr.ª Maria Helena Johannpeter; o empresário Jorge Gerdau Johannpeter; o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Dr. Zildo de Marchi, Vice-Presidente da FECOMÉRCIO; o Dr. Zélio Hocsmann, Vice-Presidente da FEDERASUL.

Agradecemos a presença das demais autoridades, senhoras e senhores que nos dão a honra e o prazer da presença nesta justa homenagem que a Câmara Municipal de Porto Alegre, por iniciativa do Ver. Beto Moesch, presta a essa grande cidadã Dr.ª Maria Helena Johannpeter.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Beto Moesch, proponente desta homenagem, está com a palavra e falará em nome das Bancadas do PPB, do PC do B, PL e do PSL.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, sem sombra de dúvida, é um dia especial para esta Casa, Sr. Presidente, porque a cidade de Porto Alegre reconhece a Maria Helena Pereira Johannpeter pelo seu extraordinário trabalho já reconhecido pela sociedade de Porto Alegre e agora, de forma oficial, por esta Casa. Conhecida principalmente pelo trabalho realizado à frente da Parceiros Voluntários, que, no cenário mundial, destaca-se justamente o terceiro setor onde a Parceiros Voluntários é um paradigma no Brasil e até mesmo mundo afora. Essa é a Parceiros Voluntários.

Agora mesmo, o nobre Jorge Gerdau Johannpeter nos dizia que, antes de iniciar a Parceiros Voluntários, fez um grande trabalho de pesquisa para, então, executar a filosofia da Parceiros Voluntários: de colaborar, de estender a mão àqueles que permanentemente estão com a mão estendida querendo que alguém lhes dê a mão que são os necessitados. Num País de Terceiro Mundo muito miserável como o nosso, hoje o Poder Público se mostra ineficaz, porque, sozinho, não tem como dar a sua contribuição, necessita da sociedade organizada. E aí, nasce esse trabalho extraordinário da Parceiros Voluntários.

Jorge Gerdau Johannpeter, que também já recebeu esse título, assim como o seu pai, o Sr. Kurt Johannpeter, sempre diz que, para o desenvolvimento da sociedade, nós precisamos do desenvolvimento econômico, do desenvolvimento social e do desenvolvimento ambiental. E mais uma vez, aí, através da liderança, do idealismo, do carisma e da simplicidade da Maria Helena Johannpeter, a Parceiros Voluntários faz esse trabalho que nos encanta a todos.

Nós temos uma sociedade que quer colaborar, que sabe da sua vocação de fazer algo para os outros, mas não sabe como. A Parceiros Voluntários sabe.

E se não existe alguém por trás de um trabalho como esse, porque vários outros projetos foram tentados, quantas vezes as empresas tentaram fazer um trabalho de ajudar a sociedade de forma mais eficiente, mais objetiva? Quantos voluntários tentaram fazer algo, mas não conseguiram? Por quê? Porque muitas vezes falta uma pessoa que cative, que lidere, que idealize e leve à frente tudo isso. E aí, mais uma vez, a figura de Maria Helena Johannpeter.

Alguns dados nos impressionam e temos que registrar aqui, Sr. Presidente. A Parceiros Voluntários reúne mais de dezoito mil voluntários, integra uma rede de quarenta e duas unidades distribuídas por diversos municípios do Rio Grande do Sul. Isso constitui mais de 50% da população do Rio Grande do Sul.

Disponibilizou, por meio dos seus programas, setecentas mil horas de trabalho voluntário. O retorno desse investimento social foi calculado em mais de 22 reais para cada real que as empresas mantenedoras da ONG determinaram à comunidade gaúcha. Isso é um dado por baixo. Vejam que investimento que é a Parceiros Voluntários, o retorno que isso se constitui. Está atendendo nessas comunidades a setecentas e seis instituições carentes, cerca de cem mil pessoas entre crianças, adolescentes, idosos, portadores de necessidades especiais e comunidades em situações de risco, que estão sendo beneficiadas. E agora a Parceiros Voluntários também chega às universidades. Não é por menos que Maria Helena Johannpeter exerceu a Vice-Presidência do Comitê Brasileiro, no ano passado, em 2001, quando a ONU instituiu o Ano Internacional do Voluntário. E também integra, de forma permanente, o Fórum de Líderes Sociais do Brasil. A Constituição Federal, a nossa legislação, fala das igualdades entre os cidadãos brasileiros, mas como se objetivar isso? O Betinho já dizia que solidariedade a gente não agradece; alegra-se. E é por isso que Maria Helena sempre tem esse sorriso esboçado no seu trabalho, mesmo difícil, mesmo indo lá nos locais mais difíceis, porque ela leva essa filosofia do terceiro setor do voluntariado. O voluntariado é a chamada cidadania ativa, onde o cidadão quer fazer com que todos sejam cidadãos.

Maria Helena Johannpeter, nós, muito mais do que lhe parabenizar, queremos, de forma muito sincera, dizer muito obrigado pelo que tem feito e que continuará fazendo.

A Parceiros Voluntários terá sim a parceria também desta Câmara e com certeza da sociedade como um todo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Gostaria de convidar a Deputada Federal Yeda Crusius para fazer parte da nossa Mesa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em nome do PT.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho a honra, em nome do meu Partido, minha cara Maria Helena, o Partido dos Trabalhadores, o PT, de falar na homenagem desta tarde, tão justamente proposta pelo Ver. Beto Moesch. A Parceiros Voluntários, o seu trabalho na sociedade, neste Estado e nesta Cidade, de um modo muito especial, tem engrandecido não apenas a Parceiros Voluntários e aqueles que colaboram com a Parceiros Voluntários, mas tem engrandecido a nossa sociedade e, como já foi dito anteriormente aqui, no ano passado nós tivemos o Ano do Voluntariado. E que bom, que se venha hoje aqui fazer essa homenagem, porque isso não ficou mais um ano na História da Humanidade, mas que o voluntariado seja algo que seja exercitado permanentemente todos os dias, todos os dias do ano, porque a sociedade necessita exatamente da mão estendida, Ver. Beto Moesch, pois como vemos que ainda têm tantas pessoas, tantas crianças, tantos seres humanos que ainda não conquistaram o seu espaço da cidadania, aquele espaço que é de falar, de reclamar, de reivindicar, de dizer, de pedir e de exigir.

Nós estamos aqui, portanto, nesta tarde, dizendo-lhe, Maria Helena, que é preciso continuar e que organizações não-governamentais como a Parceiros Voluntários proliferem pelo País. Que a Parceiros Voluntários seja um exemplo para que outros Estado, outros países, em particular do nosso Cone Sul - tão sofrido, tão esmagado - possam fazer aquilo que aqui em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul é feito. Nós temos nos preocupado com um conjunto de questões sociais. O Ver. Beto Moesch e eu, por exemplo, tratamos da questão do bem-estar animal. Ah, se não fossemos voluntários nessa área, onde o Poder Público, em todos os níveis, não tem conseguido ou não tem dado a devida atenção!

Meus caros colegas Vereadores que têm se preocupado com a questão da criança e do adolescente. Ah, não fossem os voluntários, não fossem as associações, não fossem os Parceiros Voluntários, o que seria das crianças e dos adolescentes?! Para não falar nos idosos, muitos vezes jogados para fora da sociedade, num desespero de muitos e muitos deles e delas, que encontram nas organizações não-governamentais, nos Parceiros Voluntários, e outros que têm essa mesma filosofia, aquele apoio necessário.

Deixo aqui, portanto, de forma muito especial, de forma carinhosa, este registro e vou fazer um pedido: continue assim, porque tenho certeza de que nós vamos, não só pedir, mas exigir muito mais. É possível pedir mais? Se é possível, nós estamos pedindo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Honra-me muito, nesta oportunidade, em nome da Bancada do meu Partido, o PDT, estar participando desta solenidade que outorga o Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Sr.ª Maria Helena Pereira Johannpeter. Há poucos momentos, nós nos encontrávamos reunidos como integrantes da Comissão de Constituição e Justiça para examinar uma série de pareceres no âmbito das nossas Comissões Permanentes, e um dos projetos que lá estava era uma designação de um nome de logradouro público a uma figura muito cara desta Cidade, deste Estado; estávamos lá eu, o Ver. Elói Guimarães presidindo a Comissão de Justiça, e o Ver. Reginaldo Pujol, lá estávamos examinando, do ponto de vista legal, uma homenagem outorgada a uma figura que deixou marca neste Estado e nesta Cidade pela solidariedade que prestou, o empresário Geraldo T. Link, que talvez seja um dos precursores de todo um trabalho de natureza social e uma Exposição de Motivos ali existente. Uma noite saindo do Hotel Plaza São Rafael, de um jantar, assisti a uma dramática situação de um menino derrubando um senhor idoso para pegar a sua carteira, vítima de toda essa tragédia social que nós vivemos. Naquela oportunidade, nasceu o Projeto que certamente é do conhecimento de todos os senhores, o chamado Projeto Pescar. Ali, já está muito presente a idéia da solidariedade.

Eu acho que é dentro dessa linha que esta Casa, hoje, reconhecidamente, presta homenagem a Sr.ª Maria Helena Pereira Johannpeter por esse trabalho. Um trabalho árduo, um trabalho de grande responsabilidade, um trabalho extraordinário dada a dimensão que ela conseguiu dar, não só procurando fazer um trabalho de solidariedade, de parceiros solidários a um conjunto de instituições, como conseguiu, com o seu carisma e com a sua estrutura familiar, catalisar e sensibilizar um conjunto de pessoas de importância, de responsabilidade social para que se integrassem a esse trabalho de parceiros solidários. Hoje, esse Projeto é um fato definitivo e consumado aqui na nossa Cidade, no nosso Estado mercê do seu trabalho, da sua dedicação, do seu empenho, da sua determinação em relação a esse trabalho de voluntariado. A senhora conseguiu catalisar e congregar dezenas, centenas, milhares de pessoas que estavam esparsas, separadas e não conseguiam colocar todo o seu potencial direcionado a uma causa de importância social como esse que a senhora dinamicamente lidera em nosso Estado, e com um detalhe muito importante o qual já ouvi a nossa homenageada desenvolver e sustentar, esse é um Projeto que nasceu no âmbito da estrutura não-governamental. É um Projeto que se observa, sobretudo sob a liderança da Sr.ª Maria Helena, que ela consegue separar, nitidamente, como uma ação comunitária, uma ação social, convocando pessoas a se integrar e a se engajar nesse extraordinário movimento, preocupada sempre em manter a autonomia e a independência dessa estrutura e dessa organização não-governamental, e, de outro lado, também com a clareza muito cristalina de que esse movimento só é possível no âmbito da sociedade civil e que ele não pode se radicar no âmbito do Estado, no âmbito da estrutura partidária, porque ele correria risco de ser colocado em xeque. Ela tem conseguido esse objetivo com essa fé, com essa determinação que lhe é peculiar, e que tivemos a oportunidade de conhecer no curso das relações que mantivemos mercê do nosso trabalho aqui nesta Casa e, muitas vezes, em conjunto com algumas atividades com os Parceiros Voluntários.

Por isso, penso que, neste momento, esta Casa resgata, formalmente, uma homenagem extremamente importante, que é a essa extraordinária organização, os Parceiros Voluntários, a liderança de Maria Helena Pereira Johannpeter e ao conjunto de pessoas que com ela consegue desenvolver esse trabalho extraordinário de benemerência, de amor ao próximo que vem desenvolvendo com orgulho para o nosso Estado e sendo referência e paradigma para outras organizações que se estruturam em todo o País, nesse sentido.

Parabéns, em nome da nossa Bancada e em nome da nossa Casa, em prestar esta homenagem outorgando o título à porto-alegrense Maria Helena Johannpeter de Cidadã Emérita da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado a V. Ex.ª, Ver. Beto Moesch, pela inteligente e feliz iniciativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra e falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu pertenço à Comissão de Direitos Humanos desta Casa, ontem alguém passou um recado a mim, com certa urgência, porque era um problema grave e fiquei preocupado, porque não sabia do que se tratava. Antes de chegar na nossa Comissão - pois tínhamos reunião com a Presidenta, Ver.ª Clênia Maranhão -, consegui localizar essa pessoa e era um problema social que está acontecendo na Av. Ipiranga com a Rua Silva Só, onde crianças estão dormindo em caixa de papelão.

Esse fato vem a se unir a esse seu projeto, a sua causa que, desde cedo, tinha a admiração de todos e agora passa a ter a admiração nossa, porque aqui nesta Casa, com 33 Vereadores, todos com as suas peculiaridades, as suas diversidades ideológicas, mas todos reconhecem esse trabalho que, muitas vezes, o Poder Público Municipal, Estadual ou Federal, não o fazem.

Portanto, até me coloco à disposição da senhora para colaborar nos seus projetos na área esportiva, pois é uma coisa que, se estou nesta Casa, devo muito a minha vida de atleta, de treinador, de radialista e Vereador, porque aprendemos muito. Andamos por aí, viemos lá do interior, vencendo muitos obstáculos e, conseqüentemente, dedicando muitas coisas boas à nossa juventude e à nossa adolescência.

Portanto, o que a senhora faz ao próximo, às vezes, nós, nesta Casa, temos dificuldade, porque nós legislamos, mas há muito dificuldade em colocar em prática aquilo que a senhora coloca com tanta bondade e dedicação e com aquela sutileza do feminino.

Em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome do Ver. Elói Guimarães; do Deputado Sérgio Zambiasi, Presidente da Assembléia; do nosso Diretório Metropolitano, do Diretório Regional, de todos, das mulheres trabalhistas, de todos do Partido Trabalhista Brasileiro que tem no seu seio muito do social, que tenhamos a união entre o capital e o trabalho.

Sinto-me honrado em poder, neste momento, dona Maria Helena, dizer desta tribuna; de pertencer a este Plenário, e poder lhe dizer muito obrigado por estar aqui, muito obrigado por este trabalho. Conte com a colaboração destes Vereadores. Eu tenho certeza de que nós podemos mostrar para todos esse belíssimo trabalho que a senhora faz, que o Poder Público, seja Municipal, Estadual ou Federal reconheça que a parceria com os órgãos atuais idênticos aos que a senhora comanda é muito importante. Tomara que os Poderes possam realmente fazer essa parceria e contribuir. Fala-se muito em social, todo problema é social, muitas vezes até não é, mas acredito que essa parceira é importante. A senhora deu um pulo à frente no sentido de mostrar aos Poderes Municipal, Estadual e Federal de que é capaz de unir a comunidade num objetivo próximo àquilo que queremos para a nossa Nação.

Muito obrigado pela sua presença, é uma satisfação enorme do nosso Partido, dos Vereadores desta Casa em tê-la aqui neste Plenário. Um abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Elogiar o que deve ser elogiado, exaltar o que deve ser exaltado são manifestações que, em princípio, não deveriam trazer nenhuma dificuldade para quem elogia ou exalta, mas devo confessar, no entanto, que tenho dificuldades. A maior dificuldade decorre do fato de não termos sido o autor da proposta e de não termos sido o primeiro orador, portanto, foge-nos a originalidade da primazia. Mas ainda sobra, ou quem sabe falta, muito o que dizer da nossa homenageada. É de um dos maiores homens públicos de todos os tempos, John Kennedy a seguinte frase: “não me perguntem o que a América pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pela América”. A nossa homenageada, como ninguém, percebeu que aquela frase, dita num discurso de posse, no início dos anos 60, nos Estados Unidos da América, era também uma verdade entre nós. O voluntariado, por ela empalmado em nosso Estado, desde 1997, quando deu forma à organização Parceiros Voluntários, mostrou que a solidariedade não é sinônimo de esmola e que não basta dar dinheiro, roupa, comida ou remédio para resolver problemas que transcendem a mera necessidade material. Poucas pessoas podem ao longo das suas vidas dizer que mudaram a vida de uma única pessoa. Diante de nós, e merecendo a nossa exaltação, está a Sr.ª Maria Helena, que mudou para melhor a vida de milhares de pessoas. Ela e a sua organização mudaram a vida dos que tinham tudo ou quase tudo e achavam que nada mais lhes restava por fazer; mudaram também a vida dos que nada tinham nem mesmo a esperança.

Temos diante de nós não uma benemérita distribuidora de donativos, mas uma modificadora de comportamento social, que, com suas palavras e ações, conseguiu devolver a alegria de viver para tantas pessoas que atuaram como voluntários e que dos voluntários receberam alguma coisa. Os Parceiros, inspirados pela Sr.ª Maria Helena foram mais longe. Também levaram palavras a quem delas necessitava, palavras em forma de aulas, palavras em forma de oração, palavras em forma de consolo.

A necessidade para os Parceiros não se limita à materialidade, mas alcança o espírito, e nem fica limitado àquele que aparenta ser o carente, porque o voluntário ele mesmo se sente modificado cada vez que atua. Nada disso teria sido feito; os prêmios recebidos não teriam ocorrido, os êxitos alcançados não seriam festejados se não houvesse esse trabalho pioneiro e constante desta pessoa magnífica, mãe de família, esposa e cidadã, a nossa homenageada, Maria Helena Pereira Johannpeter. Por isso ela deve ser elogiada e exaltada de tal sorte que seu exemplo frutifique e que mais “Marias Helenas” surjam entre nós para mostrar como é possível o exercício da cidadania, da verdadeira cidadania, da cidadania não tutelada, daquela que brota da consciência social, dessa consciência social que nós da Bancada do PFL, com o meu Líder Ver. Luiz Braz e eu próprio exaltamos na sua pessoa. Meus cumprimentos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Antes de passarmos a palavra ao próximo orador inscrito, devo comunicar que, infelizmente, em função de compromissos assumidos anteriormente, minha cara Maria Helena, eu tenho de me ausentar. Mas não poderia de forma alguma deixar de participar pelo menos do início desta Sessão Solene, de iniciativa do Dr. Beto Moesch, para lhe dar um grande e fraterno abraço.

Todos nós sabemos o quanto o povo gaúcho é solidário, fraterno e hospitaleiro. Na minha vida pública, eu aprendi a amar os voluntários, porque, no dia-a-dia, de forma abnegada, voluntária e anônima constroem uma outra sociedade; normalmente não são vistos por meio dos meios de comunicação, não aparecem, muitas vezes, nos noticiários positivos da nossa imprensa; a mídia não lhes dá uma cobertura adequada. Mas, felizmente, com muita garra, com muita persistência e obstinação, essas centenas de milhares de voluntários estão construindo uma nova sociedade. Eu não tenho dúvida, pela minha experiência como Vice-Prefeito desta Cidade, Deputado e Vereador, de que o Estado, hoje, é absolutamente limitado para dar atenção adequada às nossas crianças e adolescentes, aos moradores de rua, aos nossos animais, enfim, a todos aqueles que se encontram excluídos de qualquer processo social. Felizmente, a situação só não é pior graças a milhares de indivíduos que se juntam, se organizam em torno de organizações não-governamentais e enfrentam todas as dificuldades econômicas para dar atenção, carinho e calor humano a essas pessoas que necessitam desse amparo de todos nós.

Não tenho dúvidas de que a Parceiros Voluntários deu uma qualidade nova a essas organizações, deu visibilidade, potencializou a participação de tantas outras pessoas que gostariam de participar, mas que não sabiam exatamente aonde se dirigir. Reconheço, porque acompanhei a instituição Parceiros Voluntários desde o seu primeiro momento, reconheço o teu papel e a importância dessa importante entidade que, indiscutivelmente, tanto tem feito pelo nosso Estado e, certamente, muito fará ainda.

Continue com esse belo trabalho, desejo-lhe muito sucesso e vida longa a todos vocês que, no cotidiano, ajudam a construir não-somente uma Porto Alegre melhor, mas um Rio Grande melhor e, certamente, um Brasil melhor. Parabéns. (Palmas.)

Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

(O Ver. Reginaldo Pujol assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra e falará em nome da Bancada do PPS.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Porto-alegrenses, militantes da causa da justiça e da solidariedade que se fazem presentes na homenagem justa merecida e unânime que esta Casa construiu para a Maria Helena. Queria, preliminarmente, dizer ao Ver. Beto Moesch da nossa alegria em poder compartilhar desse ato de sua iniciativa que, por decisão unânime desta Casa, se transformou em homenagem de todos e de todas as Vereadoras.

Somos uma geração que veio ao mundo para conviver com a imagem da miséria, brasileiras e brasileiros que, ao longo de nossas vidas, convivemos com a imagem da imensa desigualdade de um País tão rico como o Brasil.

Muitos fecham os olhos a isso, e, como dizia o poeta: “O mundo para eles é um chocolate, nada mais que um chocolate.” Outros se acomodam, se acovardam diante das injustiças esperando as mudanças que virão. Muitos aguardam essas mudanças como resultado de seus deuses, outros, como resultado das políticas estruturais dos governos.

Algumas pessoas, alguns homens, algumas mulheres como a Maria Helena são movidas pelo instigante desafio que anima o espírito dos que não se conformam, que, mesmo podendo ficar no conforto das suas vidas, ousam enfrentar o monstro da desigualdade, da injustiça e do obscurantismo. Buscam o caminho da militância civil, algo que atinge uma importância fundamental, quando vivemos em uma realidade onde a frieza dos indivíduos amortece o coração dos cidadãos. Nesta realidade o trabalho voluntário, solidário, tem uma importância incalculável. As repercussões de suas ações extrapolam as repercussões imediatas dos seus atos; elas encaram um simbolismo, elas fazem o despertar das consciências. Investem no social de uma forma em que se permeia a apatia e, com um forte sentimento de força e de mudança, despertam o cidadão adormecido que, muitas vezes, acredita que nada poderia fazer para mudar o rumo das coisas.

O voluntário, a consciência voluntária faz com que as pessoas favoráveis às mudanças, mas imóveis, sejam mobilizadas para construir ações que só elas poderiam fazer, e compreendem que o ser humano é capaz de contribuir, que todo ser humano é capaz de contribuir para fecundar a esperança e atrair um futuro com mais justiça.

Nós, os Vereadores, somos os representantes da área política, temos a responsabilidade da construção das políticas públicas, mas somos políticos de um país de mais de trinta milhões de miseráveis. E, cientes da falência do conceito de bem-estar social, cientes também dos avanços e da construção dos novos paradigmas que nos apontam a necessidade do compartilhar, da responsabilidade pública com a sociedade civil, nos envolvemos nesta nova empreitada, por amor ao Brasil, por amor às mulheres e aos homens que nele vivem, construindo um caminho baseado em uma virtude essencial que é a solidariedade. Somos políticos de vocação republicana, vivemos um momento de refazer os velhos conceitos. E, focados no povo, lutamos contra a ideologização das decisões políticas, buscamos um modelo de justiça que só será possível, verdadeiro e mais fácil de ser atingido, com a parceria daqueles que dedicam a sua vida na conscientização, para que outros voluntários possam cumprir a sua missão, a missão da justiça, da igualdade e da construção de um país novo, onde ninguém morra de fome e onde todos possam se dizer verdadeiramente brasileiros, cidadãos e seres humanos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em nome do PMDB.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Saudamos, em especial, o Ver. Beto Moesch que teve esta grande iniciativa, que faz com que a Casa possa, nessas homenagens, Ver. Beto Moesch, fazer uma reflexão também importante da função do Poder Legislativo. Nós, Vereadores, quando fazemos essa homenagem, por diversas razões, votamos pela consciência da importância do mérito do homenageado para a cidade de Porto Alegre. E já demos aqui títulos para desportistas, empresários, jornalistas, artistas, escritores, que fizeram e mereceram o título porque tinham, através de suas atividades profissionais e sociais, uma visibilidade na cidade de Porto Alegre, uma importância, evidentemente que sim da atividade, mas também uma visibilidade, diferentemente da nossa homenageada, que tem uma importância fundamental na constituição da sociedade, no crescimento de uma sociedade mais igualitária, mas tem uma característica incomum, que é o anonimato da atividade.

A Dona Maria Helena teve a capacidade de envolver pessoas que tinham uma consciência desse trabalho, mas pessoas que, por razões diversas, estavam preocupadas com as suas vidas, não concordando com o quadro que todos nós constatávamos, mas estávamos acomodados. Maria Helena conseguiu oportunizar, despertar essas pessoas para ingressarem nesse processo com a mesma consciência anterior, mas fazendo essa atividade de uma forma absoluta de anonimato, sem ter a preocupação da visibilidade, sem ter o interesse do reconhecimento, mas da consciência da necessidade, da importância e da oportunidade. Isso, por si só, deu razões para que esta Casa pudesse votar de uma maneira unânime como o fez. E também ressalto que a nossa homenageada, é esposa de um dos maiores empresários deste País, do homem que construiu e constrói o desenvolvimento e o progresso desta Cidade, deste Estado, deste País. Mas a nossa homenageada conseguiu na sua atividade o seu espaço, fazendo com que o Dr. Jorge seja o marido da homenageada, invertendo: o Dr. Jorge é o marido da mulher que criou os Parceiros Voluntários. Olhem a importância que tem isso, porque a senhora não é esposa de um cidadão comum, e o Dr. Jorge não é o marido de uma cidadã comum, a importância de ressaltar a conquista desse espaço próprio adquirido pela sua atividade, pela sua iniciativa e por esse belo trabalho.

Por isso, a Bancada do PMDB vem cumprimentar o Ver. Beto Moesch que nos oportunizou para que a cidade de Porto Alegre pudesse reconhecer esta nossa homenageada, o reconhecimento das pessoas e da Cidade de Porto Alegre. Parabéns, Dona Maria Helena. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em nome do seu Partido, o Partido da Social Democracia Brasileira.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu me permito, Maria Helena, mencionar, muito especialmente, o Presidente da instituição que tu passas a incluir a partir de hoje, que é o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, e que hoje também é uma data especial, porque pela manhã o Dr. Kruse lançou o seu livro contando os seus 70 anos de vida. Dr. Kruse, não pude estar presente, mas não esqueci. Então, fica aqui o meu registro e o meu abraço.

Maria Helena, certamente, esta homenagem ultrapassa a tua pessoa particular, como indivíduo, porque ela envolve todos esses milhares de pessoas que estão hoje militando na Parceiros Voluntários. Mas, certamente, todo o grupo, todo o movimento precisa de uma liderança. E nesse sentido, a tua figura é absolutamente ímpar. Eu tenho visto, através da televisão e do rádio as diferentes campanhas, os jingles que são colocados nos meios de comunicação, e aí tem um traço que certamente tem muito a tua marca, exatamente essa capacidade de mobilizar. Acho que essa homenagem aqui da Câmara Municipal de Porto Alegre é extremamente apropriada, porque foi aqui que no início deste ano nós tivemos um embate extremamente significativo: a municipalidade, através de um Projeto de Lei, enviado pelo então Prefeito Tarso Genro, pretendia fazer uma vinculação direta de movimentos, de ONGs, de movimentos voluntários com a Administração Municipal. E nós, ao discutirmos esse Projeto aqui entendíamos que absolutamente, isso cabia, inclusive o Ver. Paulo Brum, meu companheiro de Bancada, foi um daqueles que mais discutiu aqui esse problema, dentre outros, com o Ver. Reginaldo Pujol, que nós não tínhamos que nos meter e dizer o que a entidades de voluntários devem ou não fazer, elas na verdade estão muito mais à frente que o Poder Público Municipal. Felizmente, aquela proposta da municipalidade foi derrotada na votação desta Casa, nós conseguimos garantir aquilo que me parece fundamental aos movimentos voluntários, a sua absoluta autonomia; não ter nenhuma possibilidade de manipulação de cooptação, qualquer coisa, de vinculação partidária, mas que esses movimentos tenham plena possibilidade de florir, de decidir os seus caminhos, o seu futuro. Esta Casa certamente tem muito orgulho, não só de ter tomado aquela decisão no Plenário, numa votação, num debate político, mas também de hoje poder duplicar isso, completando esse movimento fazendo essa homenagem a ti, mas repita também uma homenagem a todos aqueles que acolheram esse chamado, essa proposta, esse desafio. Por outro lado eu queria lembrar que certamente mais do que uma homenagem, mais do que um reconhecimento, mais do que uma lembrança este ato proposto pelo Ver. Beto Moesch, aprovado por todos nós, e agora aqui concretizado, é um ato que de uma certa maneira traduz um desejo da Câmara, queremos pedir, Maria Helena, que tu continues com esse trabalho junto com todos os teus companheiros. Nós queremos dizer que precisamos da continuação desse trabalho, mas sobretudo nós queremos, de uma certa maneira te provocar, te desafiar, que apesar de tudo, apesar de pressões, apesar de desafios tu realmente continues nesse trabalho, de uma certa maneira ao aceitar essa que não é uma homenagem a ti apenas, mas que é um compromisso desta Casa também contigo, com a Parceiros Voluntários, nós estamos fechando uma aliança. Precisamos desses movimentos no Brasil, e sobretudo nós confiamos em movimentos como esse que tu representas, porque nós confiamos em pessoas como és. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará em nome do Partido Socialista Brasileiro.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Esta Casa hoje vive um momento inusitado, porque, mais do que nunca, no mundo em que vivemos hoje, evocar a solidariedade, realmente merece uma atenção especial. Nós queremos parabenizá-la Sr.ª Maria Helena, por esse plano e modelo de vida, porque fazer e dedicar a sua vida ao voluntariado é uma missão por si só nobre; mas, antes de tudo, é uma missão que, no seu dia-a-dia, consegue agregar novas pessoas, fazendo com que elas possam ocupar o seu tempo livre em função de outro ser humano. Isso é muito importante, porque vivemos num mundo que tem tanta beleza, mas, ao mesmo tempo, é um mundo que nunca se produziu tantos grãos e em que tantas pessoas passam fome; é o mundo do eu, e não o mundo do nós; é o mundo do individualismo, e não do coletivo, mas nós sabemos que nascemos para viver em comunidade. O que seria das nossas vidas se ficássemos isolados? Quando se fala na questão do voluntariado, a questão da solidariedade e a da fraternidade é algo presente. São Francisco com muita propriedade disse que “é dando que se recebe”. Eu tenho a certeza de que quem trabalha com voluntariado ao deitar-se pode dizer: “Hoje eu fiz a minha parte em função do próximo.” E como isso é agradável, e como tem recompensa! Uma recompensa invisível, mas tenho a certeza de que são milhares e milhares de pessoas que mudam a sua vida e, ao mudar a sua vida, também assumem um compromisso social de mudar novas vidas, e esse é um momento rico.

Espero que um dia as nossas escolas de ensino médio, os nossos cursos superiores possam ter uma disciplina que faça com que esse voluntariado, com que essa solidariedade, com que essa fraternidade seja inserida, porque eu tenho a certeza de que na medida em que as pessoas entrem em contato com outras e fazem o bem comum, se sentem gratificadas, se sentem incorporadas, revitalizadas e por si só caminham em função disso.

Sr.ª Maria Helena, nós sabemos que o mundo é redondo, que todos precisam de todos, mas, hoje, Porto Alegre, o Rio Grande precisam muito da senhora, desse seu trabalho, que é um trabalho simples, mas com um detalhe: é feito de forma coesa, gratificante e de forma efetiva.

Portanto, receba em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, e mais, receba em nome do Rio Grande o coração de todos aqueles que no seu dia-a-dia a senhora e os seus parceiros levam a questão da fraternidade, da solidariedade e, principalmente, a esperança de uma vida e de um mundo melhor. Muito obrigado. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com as manifestações das várias representações políticas que têm assento neste Plenário plural, nós, com satisfação, nos encaminhamos ao momento esperado, convidando o Ver. Beto Moesch, proponente desta homenagem, nesta Sessão Solene, para que proceda à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre a Sr.ª Maria Helena Pereira Johannpeter.

 

(Procede-se à entrega do Diploma à Sr.ª Maria Helena Johannpeter.) (Palmas.)

 

A Sr.ª Maria Helena Johannpeter está com a palavra.

 

A SRA. MARIA HELENA JOHANNPETER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É um dia muito importante na minha vida como cidadã, e um dia todo especial ao encontrar amigos muito queridos aqui nesta platéia. Não se pode, numa Sessão Solene dessas, falar de improviso, como fazemos nas nossas sessões da Parceiros Voluntários, nas quais, simplesmente, se larga o coração a falar. Aqui tudo é muito solene nesta Casa; é a Casa do Povo, mas é solene. Então, temos que nos comportar, mas acredito que a Maria Helena não tenha mais nada o que dizer, tudo o que precisava ser dito sobre o voluntariado, sobre emoções já foram ditas. Para mim, resta agradecer do fundo do meu coração aos muitos rostos amigos que estão aqui e que nos ajudam, muito fortemente, nesta caminhada.

Meus agradecimentos sinceros ao Ver. Beto Moesch por ter submetido o meu nome aos demais Vereadores e meus agradecimentos a todos por terem aceito e apoiado essa indicação.

Meus agradecimentos a meus pais, mas especialmente a minha mãe, pois meu pai faleceu muito cedo. Foi da minha mãe que herdei os princípios, os valores éticos, morais, filosóficos e cristãos.

Gostaria de agradecer a meus irmãos, especialmente a meu irmão mais velho, Professor Cassilio Ouriques Pereira, que, carinhosamente, sempre chamei de Cácio. Lembro que fiquei muito surpresa quando, na adolescência, vim a saber que seu nome não era Cácio e sim Cassilio.

Gostaria de agradecer às minhas irmãs, pois sou a última filha de uma família de dez irmãos e lembro-me que, quando na época das férias grandes, de dezembro a março, enquanto minha mãe trabalhava, minhas irmãs e meus irmãos, já casados, acolhiam os irmãos mais moços, os caçulas, em suas casas. Aí, nós nos misturávamos aos sobrinhos e aprontávamos as maiores estripulias durante o dia inteiro.

Gostaria de agradecer as minhas três filhas, a Valéria, Fernanda, Daniela - e também aos meus genros, o Daniel e o Tiago - pela paciência e pela tolerância que sempre tiveram ao escutar-me sempre falando em Parceiros Voluntários. Gostaria de agradecer às críticas fortes de meu genro, o Daniel, muito focado. Obrigado, Daniel, tu me ensinaste muito na vida; agradecer ao meu marido, Jorge Gerdau, uma pessoa de um carisma muito grande, que não preciso repetir, pois todos nós conhecemos, mas que é um ser humano de uma potência muito grande para amar, de um carinho muito grande que ele tem por tudo e por todos, especialmente na nossa relação. Quero agradecer tudo o que me tu me ensinaste na vida nesses nossos longos anos juntos, e eu costumo dizer que o Jorge, que é o nosso conselheiro na Parceiros Voluntários, e eu digo que ele é o meu conselheiro preferido.

Quero agradecer aos fundadores, mantenedores, conselheiros, patrocinadores, apoiadores e colaboradores da Parceiros Voluntários, que, certamente, são empresários, como sempre em todos os sentidos, preocupados sempre com a sua comunidade; agradecer a todos os vinte mil voluntários, diretos e indiretos, que sonham o mesmo sonho da gente, isto é, de termos um Rio Grande do Sul voluntário, voluntários pessoas físicas, voluntários empresas, voluntários jovens das escolas e universidades, professores, voluntários das Organizações da Sociedade Civil, as OSC’s, que recebem os voluntários e nos possibilitam realmente fazer esse trabalho de voluntariado, e a rede Parceiros Voluntários nos quarenta e dois Municípios do RS onde a Parceiros já está instalada; nosso agradecimento a todos! Quero agradecer a todos que nos apóiam e incentivam de inúmeras maneiras, desde o sorriso até um abraço amigo; agradecer a toda a comunidade rio-grandense por serem pessoas especiais e que merecem, por conseqüência, uma comunidade também muito especial. Quero agradecer a todos vocês aqui presentes e também aos ausentes, os que não puderem vir, mas que com certeza estão conosco em pensamento neste momento.

Quero agradecer de uma forma muito, muito especial a toda a equipe da Parceiros Voluntários que está ali, a todos. Não vou nominá-los individualmente, porque são muitos. Ainda há os estagiários, os voluntários dentro da equipe. Equipe da Parceiros Voluntários quero que se sintam abraçados com um abraço muito carinhosos meu e com uma admiração muito grande pelo que vocês fazem acontecer nesse programa de voluntariado em nosso Estado. Quem deveria estar aqui, recebendo este título são vocês e eu sentada no lugar de vocês, os aplaudindo. Vocês são os merecedores, eu só tenho, talvez, o mérito de ter pessoas na equipe tão geniais e que eu possa agregá-los.

Por todos esses agradecimentos sinceros e merecidos, que eu expressei, quero agradecer também o Dr. Polanczyk, nosso eterno Presidente da Parceiros, continua sendo por todo o ensinamento que nos passou; Dr. Ivan Hervê, pessoa muito especial da nossa comunidade e sua esposa, Dr.ª Rute, o nosso carinhoso abraço.

Mas, todos esses agradecimentos sinceros e merecidos, que eu expressei, vocês já perceberam que a única pessoa que deveria estar sentada, aí nessas cadeiras, era eu, aplaudindo vocês aqui recebendo este título. Este título é de todos que compõem essa comunidade e que têm sentimento de voluntariado.

Encerrando, mas sem dizer “e por último”, pois Ele está presente em todos os lugares e condições, com muito respeito, eu digo: agradeço a Deus acima de todas as coisas, pois sem a Sua vontade, a Sua bondade, nenhum de nós estaria aqui hoje, sem os Seus ensinamentos cristãos não teríamos a humildade de saber agradecer e reconhecer o mérito do outro. Sabemos que não somos sozinhos, que só seremos completos em relação ao outro se Ele estiver conosco. Sabemos que só cresceremos com o crescimento do outro, que só seremos felizes com a felicidade do outro e que só seremos amados quando soubermos amar o outro e que só seremos perdoados quando perdoarmos o outro.

Desejo que todos se dêem essa grande oportunidade de ser voluntário para que todos nós sintamos o que é crescer, o que é ser feliz, o que é ser amado e o que é ser perdoado.

Enfim, que todos nós saibamos o que é incluir no seu projeto de vida o projeto de vida do outro. Vamo-nos dar as mãos e desenvolver essa cultura de voluntariado organizada em nosso Estado, de cidadão para cidadão, de irmão para irmão. Saibamos viver a vida em sua grandeza, que valorizemos a nossa essência divina de seres espirituais que somos com uma passagem pela Terra e nos sintamos, apenas, seres terrenos com uma passagem pelo espiritual.

Somos filhos do Criador, portanto, criadores nós somos. Vamos criar uma realidade melhor para todos nós dentro da nossa comunidade. Vamos fazer um Rio Grande solidário e, especialmente, voluntário. Nós podemos - por que não? - realizá-lo. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Integram-se a esta homenagem, que, com toda justiça, a Câmara Municipal promove à sua nova Cidadã Emérita, várias entidades, sendo que uma delas é o Coral do Centro de Reabilitação de Porto Alegre – CEREPAL, que ouviremos, a seguir.

 

(É feita a apresentação.) (Palmas.)

 

Como afirmei anteriormente, várias são as entidades que se fazem presentes neste momento e que se associam às nossas homenagens.

Vai ser prestada uma homenagem que não estava prevista no protocolo, mas que, pela sua importância, se justifica.

 

(É feita a apresentação.) (Palmas.)

 

A SRA. VERA WENTZ DOS SANTOS: Eu gostaria de pedir permissão para conduzir um dos nossos meninos, o Vinícius, para entregar uma homenagem em agradecimento à Sr.ª Maria Helena Johannpeter.

 

(É feita a entrega da homenagem.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Reafirmamos o dito anteriormente, ou seja, que várias entidades se associam a essas homenagens e que também a Kinder, Centro de Reabilitação de Deficiências Múltiplas, se faz presente. Assistiremos, agora, a apresentação da jovem Géssica Pricila.

 

A SRA. GÉSSICA PRICILA: Boa-tarde, eu sou Géssica Pricila e cantarei uma música de Mozart à homenageada Maria Helena, que é uma pessoa muito querida e muito amada.

 

(Ouve-se à apresentação da jovem Géssica Pricila.)

 

A SRA. GÉSSICA PRICILA: Eu vou entregar um presente, agora, em homenagem à Maria Helena.

 

(É feita e entrega do presente.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): É mais uma homenagem que, tenho certeza, a Sr.ª Maria Helena sentir-se-á muito feliz em receber. Esta homenagem parte da Equipe dos Parceiros Voluntários com a apresentação do jingle “Dá para mudar. É só começar”.

 

(É feita a homenagem.)

 

Convidamos a todos os presentes a ouvirmos a execução do Hino Rio-Grandense.)

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a todos pela presença, os senhores e senhoras que nos prestigiaram nesta Sessão Solene, especialmente a Deputada Yeda Crusius, ao empresário Jorge Gerdau Johannpeter; ao Dr. Telmo Kruse; ao Dr. Zildo De Marchi; ao Dr. Zélio Hocsmann que compuseram esta Mesa Diretora dos trabalhos. A todos o nosso reconhecimento pela presença neste ato, significativa presença, que lhe deu uma qualidade muito especial, diretamente proporcional à homenagem que aqui se prestou. A todos, muito obrigado. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h49min.)

 

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